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Juntos há quase 50 anos, casal morre com poucas horas de diferença no noroeste do RS
Maria Luiza e Elvio da Rosa morreram por parada cardiorrespiratória entre domingo (28) e segunda-feira (29). Os dois deixam dois filhos, nove netos e um bisneto
Um amor que nem a morte conseguiu separar: assim a família de Maria Luiza Reck da Rosa, 62 anos, e Elvio da Rosa, 67, define o acontecimento incomum entre domingo (28) e segunda-feira (29). O casal morreu com apenas 19 horas de diferença, ambos de parada cardiorrespiratória.
Os dois viveram juntos por 46 anos em Cruz Alta, no noroeste gaúcho, e são descritos pela união, lealdade e respeito mútuos.
Elvio morreu às 22h de domingo (28), oito meses após o diagnóstico de câncer nos pulmões, em Ijuí. Maria Luiza, por sua vez, morreu às 17h de segunda-feira (29), durante o velório do marido. Ela faltou à cerimônia pois estava internada há nove dias em um hospital de Cruz Alta, onde tratava um enfisema pulmonar e problemas cardíacos.
— Acredito que aconteceu da forma menos dolorosa para os dois, porque a mãe não aguentaria seis meses sem o pai — disse o filho mais velho, Luciano Reck da Rosa, que relata nunca ter visto os pais brigarem.
“Nunca dormiram separados”, dizem filhos
Os dois filhos do casal, Luciano e Igor, descrevem Elvio como um homem que ensinou aos filhos sobre caráter e dignidade.
Ele, conhecido pela habilidade como laçador e trabalho no serviço público, era um pilar de força e amor para sua família. Maria Luiza, por sua vez, era o coração do lar, dedicada aos filhos e netos, mantendo um ambiente de carinho e educação.
— Nunca passamos dificuldades porque eles sempre nos proveram tudo o que precisávamos — contou Luciano, com misto de orgulho e tristeza.— Nos finais de semana muitas vezes, almoçávamos juntos lá na chácara deles. A gente compartilhava convites para aniversários. Eram um casal bem unido. Muito trabalhadores — conta o amigo da família Lucas Lima.
O casal deixa os dois filhos, nove netos e um bisneto.
Conexão até o último dia
Os filhos contam que, na semana em que Maria ficou internada antes de sua morte, era comum chamar por Elvio por volta das 2h20min. Curiosamente, nas últimas horas de sua vida, o homem repetiu a ação e pediu por Maria nesse mesmo horário, como se estivessem conectados.
— Ela dizia que não queria ficar e ver Seu Elvio partir — contou a nora Márcia Oliveira, que cuidou de dona Maria nos seus últimos dias de vida.
No sábado (27), Elvio ainda tinha a esperança de poder passar mais tempo com a família e pediu para ser intubado para aproveitar esses momentos preciosos.
— Foi uma decisão dele — disse o filho Luciano.
Para a família, apesar da dor imensa, há uma sensação reconfortante de que Elvio e Maria partiram juntos, em harmonia.
— Eles escreveram uma história linda de amor juntos e Deus os levou para continuar essa história em outra dimensão — termina o filho Luciano.
Fonte: GZH
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